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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Pregos Vermelhos

(Crossover - capa alternativa de fã)

Pregos Vermelhos (Red Nails), o mais famoso conto de Robert E. Howard (1906-1936), conta com Conan como protagonista. Escrito em 1936, e curiosamente baseado no conto anterior de Howard, Xuthal do Crepúsculo, Pregos Vermelhos é universalmente considerada a melhor história de Conan, e o trabalho mais bem acabado de Howard, tendo sido completado pouco antes de sua morte, precocemente aos 30 anos de idade. Howard, um texano de imaginação viva, não teve o merecido reconhecimento em vida. Seu suicídio interrompeu sua carreira de maneira abrupta. Gênio da pulp fiction, suas histórias e personagens fizeram enorme sucesso anos após o seu falecimento.

A trama de Pregos Vermelhos leva Conan e sua companheira Valéria a uma cidade fantasma, em plena selva, onde duas metades de uma tribo se matam há 50 anos. Salões forrados de jóias, uma feiticeira linda e perversa, monstros sangüinários, violência gratuita e a atmosfera gótica/fantástica que só Robert E. Howard sabia criar tornam esse livro obrigatório na coleção de qualquer fã do bárbaro cimério. Curiosamente esse tema da cidade em decadência, e do povo decadente que ali mora, são recorrentes em Howard, constantemente assolado por depressão e uma forte tendência suicida, reforçada pela sua crença em reencarnação e uma ânsia de recomeçar sua vida, que ele considerava desperdiçada. Nos salões assombrados dessa gigantesca cidade quase deserta, a trama de desenrola inexoravelmente, a morte rondando todos a cada momento.

Xuthal do Crepúsculo, o conto de Howard que serviu de base para Pregos Vermelhos, inspirou inúmeras adaptações para os quadrinhos tornando-a definitivamente muito mais popular do que Pregos Vermelhos (que é considerada por muitos a obra prima e definitiva na vida do autor). É provável que o tom niilista e profundamente pessimista de Pregos Vermelhos acabe afastando os fãs mais interessados em lutas de espadas, monstros horríveis e mulheres seminuas do que de uma trama elaborada e sombria. É essa trama, contudo, que dá brilho a Pregos Vermelhos, e coroa a obra de Robert E Howard de maneira definitiva.

A versão em português (uma edição barata, com capa feia e tradução capenga) foi lançada no Brasil, anos atrás, por uma editora que logo deixou de funcionar, e é bem rara nos dias de hoje. Mesmo com os defeitos dessa edição, o texto de Howard brilha e encanta aos leitores. Simplesmente genial! Quem puder que leia Pregos Vermelhos hoje mesmo.

(Capa original da edição brasileira) Clique na imagem para ampliar