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terça-feira, 26 de junho de 2007

Labirinto do Fauno

Paz e guerra, inocência e perversidade, fantástico e o real, vida e morte. Reflexões filosóficas como essas nos trazem, em muitos momentos, certa carga de inquietude. Mas, certamente, são essenciais em nossas vidas. Portanto, ao encontrá-las na literatura é como degustar uma pequena parte de um banquete celeste. Raro é a oportunidade de encontrá-las em um filme.
O premiadíssimo filme mexicano O Labirinto do Fauno (El Laberinto del Fauno) lançado em 2006 reúne todas as características de uma grande obra. Através desse fantástico filme é possível confirmar ainda mais o talento do diretor Guillermo del Toro. Que trás tais reflexões para o cinema através de um conto de fadas para adultos.

Uma garota inocente de 10 anos, Ofelia (Ivana Baquero), imersa no imaginário mundo dos contos de fadas narrados em seus livros, e sua mãe Carmen (Ariadna Gil), mudam-se para uma região da Espanha onde ainda há combates da Guerra Civil Espanhola. Oficialmente, em 1944, a Guerra Civil já terminou, mas um grupo de rebeldes ainda luta nas montanhas ao norte de Navarra. Lá as espera seu novo padrasto, um oficial fascista que luta para exterminar os guerrilheiros da localidade. Solitária, a menina logo descobre a amizade de Mercedes (Maribel Verdú), jovem cozinheira da casa, que serve de contato secreto dos rebeldes. No jardim da mansão em que mora a garota encontra um labirinto, que faz com que todo um mundo de fantasias se abra, trazendo conseqüências para todos à sua volta. Dirigido por Guillermo del Toro (Hellboy) e com Sergi López, Federico Luppi e Maribel Verdú no elenco. Vencedor de 3 Oscars.
O que o diretor Guillermo del Toro conseguiu com esse longa é inacreditável. O filme é persuasivo, impactante, mágico. Não há maniqueísmo, ele leva com extrema competência narrativa o espectador a escolher o que é mais adequado a si mesmo, o filme é recheado de metáforas, e não deixem de prestar atenção extra a trilha, de Javier Navarrete, que conduz majestosamente o filme. A despeito do que a sinopse possa nos passar, não é um filme para crianças. Mas, em minha opinião, é uma fábula em película; um poema melancólico em imagens; uma pequena obra-prima. Nada do que se possa dizer a respeito do filme será o suficiente para explicá-lo, no entanto, quem se dispor a vê-lo, deve se preparar para uma dose “cavalar” de desesperança e fantasia. Por mais ambíguo que isso possa parecer. Mas, afinal, o ser humano não o é?

Nota 10
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Labirinto do Fauno - Site Oficial

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