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terça-feira, 10 de julho de 2007

Os Filhos de Húrin

Naquilo que é possivelmente um dos lançamentos mais mediáticos do ano em literatura fantástica, a par da conclusão da saga Harry Potter que foi prevista para o verão passado, a editora britânica Harper-Collins anunciou o lançamento mundial que foi realizado em 17 de Abril do muito aguardado The Children of Hurin de JRR Tolkien.
Com uma primeira tiragem mundial de 500 000 exemplares e os direitos vendidos para mais de 25 países, está longe de ser apenas uma mera compilação de notas, mas é antes uma narrativa coerente, a título póstumo, de uma das mais antigas histórias a surgir da imaginação do autor, desenrolando-se muito antes dos acontecimentos presentes na trilogia O Senhor dos Anéis, mais precisamente, seis mil anos antes da guerra do anel.
Os livros de JRR Tolkien foram catapultados para a fama após a adaptação cinematográfica de Peter Jackson da trilogia O Senhor dos Anéis, um evento marcante e que despertou as massas para o potencial da literatura fantástica, um ramo da literatura fértil há já muitas décadas.
Um professor de Oxford, JRR Tolkien detinha conhecimentos vastos em literatura anglo-saxónica e escandinava. Tendo sido grandemente inspirado pelas antigas epopeias nórdicas e pelo Kalevala, um poema épico finlandês, assim como, autores que pertenceram à primeira vaga de fantasia moderna como Andrew Lang, William Morris, George MacDonald e Lord Dunsany, o autor deu início à criação do seu próprio corpus mitológico, centrado na Terra Média.
Várias eras decorrem na Terra Média e em todas elas, são contadas histórias de grandes feitos, pequenas e grandes tragédias a nível individual ou universal, que encarnam valores como redenção, auto-sacrifício, coragem, honra, mas também, a inexorabilidade do destino e o triunfo do amor sobre as forças malignas que ameaçam a terra e os seus habitantes, inspirando milhões de leitores e tornando-o num dos autores de fantasia mais populares de sempre.
Os Filhos de Húrin não é a primeira história a ser publicada após a morte do autor em 1973. Já antes, o filho, Christopher Tolkien, o guardião do espólio literário do professor de Oxford, fora o responsável pelo O Silmarillion, uma colectânea dos principais mitos que constituíam os alicerces da ficção Tolkieniana, e para muitos dos fãs, possivelmente, a sua melhor criação. Surgiram também os doze volumes de History of Middle Earth, embora não tão vocacionados para o público em geral.
Mas Os Filhos de Húrin será o primeiro livro, dos recentemente editados, a ter a capacidade de se assumir ao nível de O Senhor dos Anéis. E é absolutamente trágico. Os finais de Tolkien muito raramente são finais felizes. As suas histórias contém um sabor doce e amargo, e a vitória anda sempre a par com um profundo sentimento de perda e mágoa. Isto será ainda mais verdade em Os Filhos de Húrin.
Num tempo muito remoto, muito, muito antes de O Senhor dos Anéis, um grande país se estendia para além dos Portos Cinzentos a Ocidente: terras por onde outrora caminhou Barbárvore mas que foram inundadas no grande cataclismo com que findou a Primeira Era do Mundo.
Nesse tempo remoto, Morgoth habitava a vasta fortaleza de Angband, o Inferno de Ferro, no Norte; e a tragédia de Túrin e a sua irmã Nienor desenrola-se sob a sombra do medo de Angband e a guerra forjada por Morgoth contra as terras e cidades dos Elfos.
Uma publicação póstuma, a história contida neste livro foi iniciada pelo seu autor há várias décadas, mais precisamente em 1914. Avaliando os excertos contidos em O Silmarillion e Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média, é talvez uma das criações mais negras de Tolkien. É uma história sobre maldição e a impossibilidade de escapar a uma condenação ditada por deuses cruéis. A história sobre a incapacidade de um homem de assumir as rédeas do seu próprio destino e desafiar as forças que aprisionam e limitam a sua vida.
Hurin, um dos maiores guerreiros humanos quando a Terra Média ainda era jovem, é aprisionado por Morgoth e amaldiçoado por se recusar a trair os elfos. Acorrentado de forma mágica a uma cadeira num alto pico, é forçado cruelmente a assistir a todos os males que se abateram sobre a sua própria família. O seu filho, Túrin, faz jus à memória do pai, mas ao longo das suas inúmeras batalhas, tragédia marca todas as suas ações e todos os que o amam.
As críticas, até agora, têm-no considerado uma justa homenagem ao autor e um bom complemento aos livros de tom infanto-juvenil como O Hobbit e As Aventuras de Tom Bombadill, superando até o tom crescente de sobriedade e gravidade de O Senhor de Anéis, para se tornar numa das mais belos e intensos de todos os livros que narram a mitologia da Terra Média.
A edição portuguesa já está disponível nas livrarias desde 17 de Abril, acompanhando a data de publicação mundial.
Os Filhos de Húrin, JRR Tolkien, Publicações Europa-América

Nota 10

Títulos de JRR Tolkien publicados:

O Hobbit
A Sociedade do Anel
As Duas Torres
O Retorno do Rei
O Silmarillion
Contos Inacabados
As Aventuras de Tom Bombadill - Portugal
Os Filhos de Húrin - Portugal

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Referência da Ilustração:
Uma das 25 ilustrações da autoria de Alan Lee criadas para Os Filhos de Húrin. Possivelmente Nienor a contemplar a figura distante de Turin Turambar.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Labirinto do Fauno

Paz e guerra, inocência e perversidade, fantástico e o real, vida e morte. Reflexões filosóficas como essas nos trazem, em muitos momentos, certa carga de inquietude. Mas, certamente, são essenciais em nossas vidas. Portanto, ao encontrá-las na literatura é como degustar uma pequena parte de um banquete celeste. Raro é a oportunidade de encontrá-las em um filme.
O premiadíssimo filme mexicano O Labirinto do Fauno (El Laberinto del Fauno) lançado em 2006 reúne todas as características de uma grande obra. Através desse fantástico filme é possível confirmar ainda mais o talento do diretor Guillermo del Toro. Que trás tais reflexões para o cinema através de um conto de fadas para adultos.

Uma garota inocente de 10 anos, Ofelia (Ivana Baquero), imersa no imaginário mundo dos contos de fadas narrados em seus livros, e sua mãe Carmen (Ariadna Gil), mudam-se para uma região da Espanha onde ainda há combates da Guerra Civil Espanhola. Oficialmente, em 1944, a Guerra Civil já terminou, mas um grupo de rebeldes ainda luta nas montanhas ao norte de Navarra. Lá as espera seu novo padrasto, um oficial fascista que luta para exterminar os guerrilheiros da localidade. Solitária, a menina logo descobre a amizade de Mercedes (Maribel Verdú), jovem cozinheira da casa, que serve de contato secreto dos rebeldes. No jardim da mansão em que mora a garota encontra um labirinto, que faz com que todo um mundo de fantasias se abra, trazendo conseqüências para todos à sua volta. Dirigido por Guillermo del Toro (Hellboy) e com Sergi López, Federico Luppi e Maribel Verdú no elenco. Vencedor de 3 Oscars.
O que o diretor Guillermo del Toro conseguiu com esse longa é inacreditável. O filme é persuasivo, impactante, mágico. Não há maniqueísmo, ele leva com extrema competência narrativa o espectador a escolher o que é mais adequado a si mesmo, o filme é recheado de metáforas, e não deixem de prestar atenção extra a trilha, de Javier Navarrete, que conduz majestosamente o filme. A despeito do que a sinopse possa nos passar, não é um filme para crianças. Mas, em minha opinião, é uma fábula em película; um poema melancólico em imagens; uma pequena obra-prima. Nada do que se possa dizer a respeito do filme será o suficiente para explicá-lo, no entanto, quem se dispor a vê-lo, deve se preparar para uma dose “cavalar” de desesperança e fantasia. Por mais ambíguo que isso possa parecer. Mas, afinal, o ser humano não o é?

Nota 10
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Labirinto do Fauno - Site Oficial

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Claymore

A partir desse momento eu irei postar os artigos e sinopses sem previsão de atualização e não mais semanalmente (mais ou menos) como estava acontecendo. Assim, acredito que terei mais tempo para produzi-los e, por outro lado, terei oportunidade de divulgar melhor o blog para os possíveis leitores.
Até a ocasião eu havia publicado apenas pequenas resenhas e sinopses de livros de Fantasia. Porém, hoje irei postar aqui a sinopse de uma animação japonesa que é uma boa pedida para qualquer fã de Fantasia Medieval. Esta animação chama-se Claymore, que é baseado no mangá (História em Quadrinhos japonesa), de mesmo nome, de Yagi Norihiro publicado desde 2001 na edição mensal de Shounen Jump. O anime foi lançado neste ano em abril de 2007 pelo estúdio Madhouse e encontra-se em exibição no Japão. A animação pode ser encontrada (entre outras) para Download no Site Animes Shade. O link da página está aqui.
Até o momento o animê está se desenvolvendo muito bem e como ainda está em exibição não colocarei uma nota (como vinha fazendo com os livros). Maiores informações sobre como baixar o anime você encontrará no Site Animes Shade.

Sinopse

Em um mundo medieval, desde épocas remotas, pessoas tinham suas vísceras devoradas por criaturas chamadas "youma". Estas criaturas, que vêem os humanos como fonte de alimento, possuem poderes sobre-humanos e dentre eles a capacidade de assumir a forma de qualquer pessoa que encontrarem. Desta forma elas acabam se infiltrando nas cidades e vilarejos. Ao assumir a forma de alguma de suas vitimas tomam o lugar dessa na sociedade e sem serem descobertas, ficam a vontade, fazendo destes lugares o seu território de predação. Com isso, criam um clima de desconfiança entre as pessoas, pois qualquer um pode ser o monstro. Por um longo tempo estas pessoas viveram sem um meio de lutar contra estas criaturas. Entretanto, surge uma estranha organização que através de um grupo de mulheres guerreiras, meio-humanas e meio-youmas, conhecidas como "Claymore" vem exterminando tais seres. Em troca, a cidade ou vilarejo paga a organização pelos serviços prestados para a comunidade. As “Claymores” são mulheres com olhos prateados que podem ver a verdadeira forma dos "youmas". Além de possuírem poderes sobre-humanos como força, velocidade e agilidade (bem acima do normal) usam, como arma, uma grande espada para eliminarem os seres que as pessoas nomearam de "youmas". Entretanto, essas mulheres pagam um preço muito alto e terrível por possuírem estas habilidades.

Nota: Em Exibição

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Claymore.com - Site oficial do animê
Claymore mangá - Site oficial do mangá

terça-feira, 12 de junho de 2007

Crônicas de Prydain




Lloyd Alexander é autor de mais de 30 livros infanto-juvenis. Seu mais recente projeto é The Westmark Trilogy, lançado em 2001. Nascido em 1924, o escritor já recebeu vários prêmios da crítica especializada por sua obra, como o Newbery Honor e a Newbery Medal, duas das mais importantes premiações para literatura jovem da Inglaterra. Atualmente, reside na Flórida.
Com mais de 2 milhões de exemplares vendidos desde seu lançamento em 1969 As Aventuras de Prydain foi relançado em 1999 e vendido para a Inglaterra, Alemanha, Holanda, Espanha, Dinamarca, Japão, Suécia e Israel.
As aventuras de Taran, o guardador de porcos ajudante, nas suas batalhas contra as forças do mal. Uma fantasia de espada & feitiçaria juvenil, mas com todos os ingredientes para uma boa leitura.
Os cinco livros que formam As Aventuras de Prydain foram lançados no Brasil pela editora Objetiva e pode ser encontrado facilmente em qualquer livraria. As capas e citações de contracapa que estão dispostas aqui são da antiga coleção de livros de bolso da Europa América de Portugal que pode ser encontrada, com mais dificuldade, em livrarias de sebo.
O livro de três (The Book of Three)
Aventura, fantasia, humor e bravura num romance para todos aqueles que não abrem mão de lutar por seus ideais
Bem-vindos à Terra de Prydain (pronuncia-se "prídein")! Este é um lugar mágico que a partir do primeiro romance da série As aventuras de Prydain, O LIVRO DOS TRÊS, vai se tornar inesquecível para você, como se tornou para os milhares de leitores do mundo inteiro que embarcaram nas encantadoras e deliciosas aventuras do escritor americano Lloyd Alexander. O LIVRO DOS TRÊS conta a história de Taran, um jovem que vive em Caer Dalber, um dos vilarejos de Prydain. Ele não se conforma em passar seus dias fazendo ferraduras numa terra em que sequer há cavalos. Seu desejo é fabricar espadas e aventurar-se mundo afora em atos heróicos, defendendo sua terra e sua gente dos inimigos. O sábio Dallben , senhor de Caer Dallben, de 379 anos, alerta o jovem que tudo acontece no tempo certo e muitas vezes lê para Taran trechos do Livro de três que, acreditava o garoto, continha em suas páginas tudo o que qualquer pessoa poderia querer saber sobre o passado, o presente e o futuro. Taran é escolhido por Coll, responsável pela parte prática de sua educação, para ser o porqueiro-assistente. Sua árdua e nobre missão é tomar conta de Hen Wen – uma porca oracular valiosa, que guarda os desígnios, perversos e desconhecidos dos inimigos de Prydain. Para desespero do jovem, o precioso animal consegue escapar e desaparece pela floresta saindo dos limites de Caer Dallber. Perseguindo o animal pela mata inóspita, Taran encontra o Príncipe Gwydion e os dois partem à procura de Hen Wen para trazê-la de volta e livrá-la de cair outra vez nas garras dos adversários. Nessa empreitada, nossos heróis vão enfrentar situações de extremo perigo e se confrontar com o mais temido dos inimigos da paz de PrydainArawn, o Senhor de Annuvin, a Terra dos Mortos.
Com uma narrativa envolvente, povoada de personagens mágicos e instigantes, Lloyd Alexander transforma uma simples história da eterna luta entre o bem e o mal numa prazerosa aventura, para leitores de todas as idades, que ao mesmo tempo diverte e nos faz refletir sobre questões essenciais da vida.
A série As Aventuras de Prydain, lançada em 1969 nos Estados Unidos, foi relançada em 1999 e vendida para a Inglaterra, Alemanha, Holanda, Espanha, Dinamarca, Japão, Suécia e Israel.
Da contracapa:
"Taran, o guardador de porcos ajudante, anseia por ser um herói. Inicia a sua jornada com um estranho grupo de companheiros, numa perigosa missão para salvar a sua adorada terra, Prydain. Recheadas de ação, humor, romanesco e galanteria, as aventuras de Taran constituem a crônica da sua querida Prydain e da sua batalha com as forças do mal."
NOTA 06




O caldeirão negro (The Black Cauldron)
"O mesmo tipo de humor fantástico e sedutor ilumina essa história, como em O Livro dos Três." - The Horn Book Magazine
Segundo volume da série As Aventuras de Prydain, O CALDEIRÃO NEGRO ratifica o sucesso da coleção criada pelo escritor americano Lloyd Alexander em 1969 e que, relançada em 1999, continua conquistando leitores e crítica em todo o mundo. A história foi adaptada para desenho animado pelos estúdios Disney, em 1985 , chegando às telas brasileiras com o título de O Caldeirão Mágico.
Nessa nova aventura, reina a paz em Caer Dallben, e Taran, o nosso jovem herói, está de volta a sua rotina de "porqueiro-assistente". No entanto, o mal ainda ronda as terras de Prydain. Um caldeirão mágico se apossa dos corpos dos soldados mortos em batalha e os transformam em guerreiros imortais para servir o abominável exército de Arawn que cresce assustadoramente.
Taran reúne mais uma vez seus companheiros e se oferece para viajar até a fortaleza de Arawn para ajudar a destruir o medonho caldeirão, única forma de derrotar os inimigos. Eles precisarão colocar à prova sua coragem ao viajar pelos Pântanos de Morva, enfrentar as feiticeiras Orddu, Orwen e Orgoch e encontrar o caldeirão negro. Nesse novo desafio, Taran terá a oportunidade de se provar um autêntico guerreiro e descobrirá o verdadeiro significado das palavras sacrifício e bravura.
Segundo Lloyd Alexander, "embora Prydain seja um mundo imaginário, não é, essencialmente, muito diferente de nossa Prydain verdadeira, onde humor e desgosto, alegria e tristeza, são estreitamente entretecidos. As escolhas e decisões com que se defronta um porqueiro-assistente, como Taran, freqüentemente confuso, não são mais fáceis que aquelas que nós temos que fazer e tomar. Mesmo em um reino de fantasia, crescer não é algo que se consiga fazer sem pagar um preço."
Para a The Horn Magazine, "a leitura deste livro é uma experiência maravilhosa e engrandecedora, o envolvimento do leitor é intenso à medida que a ação se desdobra, de maneira emocionante, conduzindo a um desenlace culminante de tragédia e triunfo”.
Da contracapa:
"Na terra de Prydain, onde "o mal nunca está longe", tornara-se imperativo que o caldeirão negro, a maior arma do maléfico Arawn, fosse destruído. Neste caldeirão, Arawn criava o seu terrível exército de guerreiros imortais a partir dos corpos dos mortos. Para cada um dos que foram designados para partir para os domínios de Arawn, a missão tinha um significado especial, e para Taran, guardador de porcos ajudante, a aventura parecia ser uma gloriosa oportunidade para estrear a sua primeira espada."
NOTA 06

O castelo de Llyr (The Castle of Llyr)
"Empolgante, altamente imaginativo (....)." The New York Times Books Review
Poucos escritores inspiram tanto carinho e interesse entre os leitores de qualquer idade, quanto Lloyd Alexander. Referência de escritor infanto-juvenil, Lloyd ganhou inúmeros prêmios literários e foi amplamente aclamado pela crítica especializada. Suas obras, já traduzidas para mais de dez idiomas, continuam fascinando, décadas a fio, leitores ao redor do mundo. Com a recente publicação de "Livro dos Três" e "O Caldeirão Negro", volumes inicias da coleção As Aventuras de Prydain, o leitor brasileiro finalmente pôde curtir as deliciosas histórias do escritor americano.
Em O CASTELO DE LLYR, o jovem Taran, herói e protagonista da coleção, terá a companhia da princesa Eilonwy em suas aventuras no mágico mundo de Prydain. Para se tornar uma jovem da corte, Eilonwy precisa ter certas habilidades que somente se adquirem em uma casa real. Para isso, viaja para a Ilha de Mona, onde receberá a educação adequada e conhecerá seu provável futuro marido: Príncipe Rhun.
A vida na corte acaba por revelar-se menos tediosa do que a princesa imaginava – amigos e inimigos surgem disfarçados de várias formas, e em cada canto o perigo espreita. Eilonwy é raptada e surgem rumores de que Achren, a feiticeira má, estaria interessada nos poderes mágicos da princesa – e pior, deseja usá-la como sua ajudante. Taran e seus companheiros decidem viajar até o castelo de Achren e vão encontrar muitos perigos e surpresas para resgatar a princesa e livrá-la dos poderes do mal. Mas o que fará Taran se, depois de tanto lutar, tiver que abrir mão de Eilonwy?
Da contracapa:
"No imaginário reino de Prydain, a princesa Eilonwy tem de deixar os seus amigos e ir para a ilha de Mona, a fim de ser educada como uma verdadeira princesa. Porque possui poderes mágicos, Eilonwy é procurada por Achren, a mais perversa feiticeira de Prydain. Pouco tempo após a sua chegada à ilha de Mona, algo sinistro e oculto acontece. Os leais amigos de Eilonwy - Taran, o guardador-de-porcos-ajudante; Fflewddur, o bardo; e o príncipe Rhun, o seu destinado marido - apercebem-se do perigo e partem numa empolgante e terrível missão para salvar. No decurso da sua jornada enfrentam poderosas forças do mal, assim como revelações pessoais, por vezes dolorosas."
NOTA 06



O Errante Taran (Taran Wanderer)
Neste novo capítulo da série As Aventuras de Prydain do escritor americano Lloyd Alexander, Taran – herói e protagonista da coleção – é tudo aquilo que sempre sonhou ser: um verdadeiro guerreiro. Apesar disso, seu coração está angustiado pela incerteza de não saber quem são seus verdadeiros pais.
Em uma jornada à procura de sua identidade, Taran viaja por toda a Prydain, buscando compreender segredos há muito enterrados pelo tempo e pelo silêncio. Caso seus pais sejam tão nobres quanto ele espera, quem sabe ele não poderá tomar a mão de Eilonwy, a princesa dos cabelos vermelhos-dourados?
Acompanhado de leal amigo Gurgi, Taran começa sua aventura pelos assustadores Pântanos de Morva, onde as três bruxas, Orwen, Orgoch e Orddu, o mandam consultar o mágico Espelho de Llunet. Pelo caminho, ele conhece Craddoc, o pastor, e as pessoas comuns de Prydain, as quais começa a respeitar e admirar.
Com a ajuda desses novos companheiros, Taran segue em sua missão de descobrir os segredos do Espelho mágico. Numa aventura eletrizante, nosso herói enfrentará o mais implacável adversário de todos os que já cruzaram seu caminho: a verdade a respeito de si mesmo.Taran, o errante é o quarto volume da série As Aventuras de Prydain, publicada em 2003 no Brasil pela Objetiva. Com mais de 2 milhões de exemplares vendidos desde seu lançamento em 1969, a coleção foi traduzida em 18 países e consagrou Lloyd Alexander como um dos maiores escritores do gênero infanto-juvenil.
Da contracapa:
"Taran, o guardador de porcos ajudante, que deseja ser um herói, parte à procura de saber qual a sua ascendência, esperando que a viagem o enobreça aos olhos de Eilonwy, a princesa do cabelo alvirrubro. Acompanhado por alguns amigos fiéis, Taran principia a sua busca quando três astutas feiticeiras dos Pântanos de Morva o mandam consultar o espelho de Llunet para obter as respostas que procura prometendo-lhe criticamente que "a descoberta não custa mais que a busca". Durante as suas aventuras, encontra Craddoc, o pastor, e a gente vulgar de Prydain, a quem acaba por respeitar e admirar. Com a ajuda deles, prossegue a sua missão para ficar a saber o segredo do espelho e a verdade acerca de si própio."
NOTA 06


O Grande Rei (The High King)
Neste quinto e último volume da série As Aventuras de Prydain do escritor americano Lloyd Alexander, Taran – herói e protagonista da coleção – está de volta a sua amada Care Dalben para reencontrar seus amigos e a Princesa Eilonwy. Tudo o que ele deseja é um pouco de paz e a oportunidade de pedir a mão da princesa em casamento. O destino, porém, possui planos muito mais sombrios para o jovem Taran e para o reino de Prydain.
Vítima de uma emboscada arquitetada pelo próprio Arawn, Lorde-da-Morte, o príncipe Gwydion perde a mais poderosa arma do reino: a espada de Dyrnwyn. Agora, a lendária espada flamejante, forjada em tempos imemoriais para proteger Prydain, precisa ser recuperada a qualquer custo.
Sob o estandarte do exército liderado pelo Príncipe Gwydion, Taran e seus amigos embarcam na mais importante missão de suas vidas: ir até o Monte Dragão, a fortaleza do mal, para um confronto definitivo como diabólico Arawn. Para que a paz volte a reinar em Prydain, Taran e seus companheiros precisarão testar o limite de suas forças numa épica aventura. O Rei Supremo é o último livro da série As Aventuras de Prydain, publicada em 2003 no Brasil pela Objetiva.
Da contracapa:
"Quando a espada de"Dyrnwyn", a mais poderosa arma no reino de Prydain, cai nas mãos de Arawn, Lorde da morte, o guardador de porcos ajudante Taran e o príncipe Gwydion reúnem um exercito para marchar contra as terríveis cortes de Arawn. Após uma expedição de Inverno cheia de perigo, o exército de Taran chega ao monte Dragão, fortaleza de Arawn. Ai, num empolgante confronto com Arawn e a perversa feiticeira Achren. Tran é obrigado a tomar a mais crucial decisão da sua vida. "
NOTA 06

A Irmandade do Talismã



O norte-americano Clifford D. Simak foi um dos veteranos da sci-fi. Antes de começar a escrever em 1931, foi jornalista, editor e escrevia Colunas Cientificas para vários jornais americanos. Tem uma obra muito vasta servindo de inspiração para vários escritores.
Ao contrário de O Outro Lado do Tempo, A Irmandade do Talismã (The Fellowship of Talisman, 1978) é fantasia em estado puro. O enredo se baseia na guarda e entrega em perfeito estado de um manuscrito em aramaico a um monge sábio, o que talvez provasse a historicidade de Jesus Cristo.
Para a entrega do documento é precioso, os expedicionários se submetem a uma jornada árdua e atribulada através da "Terra Desolada", nos ermos da Grã-Bretanha de uma Terra alternativa onde a Renascença jamais se deu e, portanto, a humanidade do século XX ainda se encontra em plena Idade Média.
Dentre as ameaças típicas ao êxito da expedição se destacam os "Devastadores", uma horda de demônios que assola periodicamente as terras européias. Os componentes da expedição são um jovem varão de uma das poucas casas nobres remanescentes na Inglaterra; seu cavalo-de-guerra e seu mastim treinado; um gigantesco e fiel camponês vassalo de seu pai; a filha de um grande mago; um demônio amistoso; um eremita; uma bruxa e outros menos cotados. A missão não é integralmente cumprida: o monge que receberia o pergaminho morre antes que os peregrinos consigam entregá-lo. No entanto, o documento demonstra sua autenticidade de maneira convincente e dramática, destruindo inteiramente os Devastadores e libertando o mundo da presença do Mal. Nesta obra também está presente o já esperado final feliz entre o jovem nobre guerreiro e a filha do feiticeiro.
Nota 06
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Referência das imagens:
1- Capa de uma edição americana de "A Irmandade do Talismã".
2- Capa da edição em língua portuguesa (que pode ser encontrado em qualquer boa livraria de sebo).

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Onde Mora o Mal



Onde Mora o Mal (Where the Evil Dwells, 1982), um dos últimos trabalhos do escritor norte-americano Clifford D. Simak, é de uma certa forma uma fusão dos dois romances de fantasia anteriores (O Outro Lado do Tempo e A Irmandade do Talismã). A trama se passa numa Terra alternativa onde o Império Romano perdurou até os nossos dias. Um mundo que vive em plena Idade Média governado pela civilização duas vezes milenária de Roma. Existem basicamente três forças mutuamente antagônicas: Roma, os bárbaros e o Mal. Este último poder consiste numa espécie de Estado-tampão localizado na Europa Central, entre as fronteiras romanas e os domínios bárbaros do extremo oriental da Europa. Ao contrário das terras romanas e da barbárie, a região do Mal não é habitada exclusivamente por seres humanos, mas também por ogros, duendes, gnomos, fadas, demônios, etc.
O objetivo da peregrinação desta vez é a captura de um prisma místico que encerraria a alma de um homem santo em seu interior. Evidentemente, tal prisma se encontra muito bem guardado em pleno coração da "Terra Vazia", o domínio do Mal. Desse modo, os expedicionários têm que superar dezenas de obstáculos e perigos até chegar ao objetivo. O casal de protagonistas humanos são o já tradicional jovem nobre guerreiro e uma não tão convencional jovem guerreira camponesa (Oh, é claro que há o happy-end para o casal de pombinhos!). Há ainda um primata racional peludo e extremamente longevo, um abade "guerreiro", um trolho covarde, além de outros coadjuvantes especialmente convidados. Mais uma vez, como já é de costume nas obras de fantasia de Simak, o objetivo não é totalmente alcançado. Os inimigos, contudo, são fragorosamente derrotados, apesar da tremenda superioridade numérica de que dispunham. De quebra, a jovem arqueira consegue desvendar o enigma de sua origem.
Poucas vezes na literatura de FC&F, um autor explorou tão bem e de tantas maneiras diferentes um mesmo filão temático. Foi necessário surgir alguém do porte de Simak para trazer com êxito a saga épica, a epopéia e o bucolismo de uma temática típica de peregrinação para os domínios da FC&F.
Nota 06

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Referência das imagens:1- Capa de uma edição americana de "onde Mora o Mal" ilustrada por Michael Whelan.
2- Capa da edição em língua portuguesa (que pode ser encontrado em qualquer boa livraria de sebo).

quinta-feira, 10 de maio de 2007

A Torre Negra



Inspirada no universo imaginário de J.R.R. Tolkien, no poema épico do século XIX "Childe Roland à Torre Negra Chegou", e repleta de referências à cultura pop, às lendas arturianas e ao faroeste, A Torre Negra mistura ficção científica, fantasia e terror numa narrativa que forma um verdadeiro mosaico da cultura popular contemporânea.

Stephen King começou a escrever a coleção quando ainda era um estudante universitário, na década de 1970. O primeiro volume, O Pistoleiro (The Gunslinger), foi publicado inicialmente em capítulos na revista de ficção científica The Magazine of Fantasy and Science Fiction. Relançado em 1982 em forma de livro, foi seguido por A Escolha dos Três (The Drawing of the Three, 1987), Terras Devastadas (The Wastelands, 1991), Mago e Vidro (Wizard and Glass, 1997), Lobos de Calla (Wolves of the Calla, 2003), Canção de Susannah e A Torre Negra (Song of Susannah, 2004) e finalmente A Torre Negra (The Dark Tower).

Tudo começa com Roland Deschain de Gilead, o último pistoleiro de um mundo devastado, perseguindo o Homem de Preto em um deserto que parece sem fim. Alcançar seu enigmático e quase inumano antagonista é apenas o primeiro passo do Pistoleiro em direção à Torre Negra, onde ele espera poder retardar ou reverter a progressiva destruição do Mundo Médio. A Torre é a obsessão de Roland, seu Cálice Sagrado, sua única razão de viver. Mas Roland não poderá empreender essa busca sozinho, e ela tampouco se limitará às fronteiras de seu mundo.

Roland é um pistoleiro que está atrás de Walter, um homem negro que é uma criatura semi-humana a quem espera conseguir informações de como chegar a "Torre Escura". Walter serve a um feiticeiro chamado Marten que anos atrás havia seduzido a mãe de Roland.
Na perseguição, Roland encontra um garoto chamado Jake Chambers, morto em nosso mundo em Nova Iorque e que agora está no mundo de Roland. Jake começa a acompanhar Roland na perseguição, mas no caminho ele cai em um buraco e volta a morrer. Roland poderia tê-lo salvo, mas, preferiu seguir caminho para não perder as pistas.
Quando Roland alcança Walter, este lhe conta seu futuro, onde aparecem três pessoas essenciais na busca da Torre: a Morte, o Prisioneiro e a Dama das Sombras.
Essa é uma coleção de cinco contos publicados independentemente, e todos são, de alguma forma, episódicos e prefaciais para o mito The Dark Tower. São considerados os cinco longos capítulos do primeiro romance. São eles:
The Dark Tower é uma das grandes realizações de Stephen King. Ele a projetou para sete.
O épico The dark Tower é uma saga contendo diversas camadas, cronologias, personagens e gêneros que, apesar de toda a sua complexidade, fala sobre um único personagem, Roland Deschain de Gilead e sobre sua busca sagrada para encontrar a Torre Negra.
Vários outros livros de King são parte da história de Roland. São eles: As Irmãzinhas de Elúria (Tudo é Eventual), Insônia, Hearts in Atlantis (ainda não traduzido) e Paranóide: Um Canto (Tripulação de Esqueletos).
Nota 08
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Referências das Imagens:
As ilustrações são da versão em Quadrinhos baseada na obra épica de Stephen King -A Torre Negra-.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Onde Encontrar ?

Um dos maiores problemas dos leitores de Fantasia no Brasil é encontrar nas livrarias o seu gênero favorito. Fato este, que fez com que eu garimpasse todas as livrarias e sebos que encontrei pela frente (desde 1990) na busca constante de descobrir obras de fantasia (tarefa nada fácil por sinal). Foram muitas as procuras e pesquisas na Internet em busca de autores que escrevessem obras de fantasia (ao estilo tolkieniana de preferência).
Com a adaptação da obra de Tolkien (O Senhor dos Anéis) para o cinema e o espantoso sucesso de Harry Potter, o mercado nacional dá novo enfoque para o gênero. Desta forma, muitas pessoas que desconheciam a obra assistiram ao filme O Senhor dos Anéis, compraram os livros e ao mesmo tempo em que terminaram de ler tornaram-se órfãos, pois não encontraram nada para acalentar o seu desejo literário. Em verdade, a obra de Tolkien é o que temos de melhor no campo da fantasia. Enfim, foram muitos os aspectos positivos que vieram juntos com esse sucesso cinematográfico e “comercial”: em 1º lugar está a facilidade de encontrar em qualquer boa livraria do Brasil quase que todos os livros de Tolkien traduzidos para o português e em 2º lugar o espaço que as editoras vêm abrindo para novas traduções e publicações do gênero...
Não tão felizmente é que a maior parte – ou melhor – quase todas as publicações do gênero, hoje, vão ao encontro do menino bruxo Harry Potter, deixando desta forma os amantes da obra de Tolkien carentes de histórias que lembrem um pouco das aventuras vividas na Terra Média.
Este, portanto, é o motivo que fez com que eu editasse esse fanzine. Para que de alguma forma as pessoas que entraram em contato com o gênero literário de fantasia possam dar continuidade a estas aventuras de “capa espada & feitiçaria” em outros mundos e em outros tempos da vasta imaginação de seus criadores.
Neste espaço recomendarei três lugares onde poderão encontrar as obras que aqui serão apresentadas: uma rede de livrarias de novos e usados de Porto Alegre, uma livraria que infelizmente hoje vende apenas livros novos (mas, ainda assim é um ótimo lugar para encomendar livros) que fica na região do Vale dos Sinos em São Leopoldo e um sebo virtual para aqueles que se encontram distantes das localidades aqui recomendadas. Vale lembrar que todo e qualquer sebo é altamente recomendado para aqueles que procuram autores como Clifford D. Simak, Jack Vance, dentre outros.
No mais, eu desejo uma boa sorte a todos que desejarem se aventurar por estes tortuosos caminhos em busca das grandes obras da literatura fantástica. Boa sorte e boa leitura.
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Estarei atualizando em breve os endereços destes lugares para postalos aqui...
Referência da Imagem:
Obra de Joel Thomas, -Rai-.
http://www.fantasygallery.net/thomas/> em 09 de maio de 2007 às 15h e 30min.

O Arqueiro e a Feiticeira

"Após a batalha, a rainha Loxian chamou seus três mais poderosos guerreiros. —Os nergals escaparam —disse ela, tristemente. —Mundos desconhecidos pagarão por nosso erro. — Como podemos impedir que isto aconteça, senhora? —perguntou o guerreiro mais corajoso. —Não há como segui-los —constatou o mais sábio. —Há um caminho —sorriu o mais esperto."


O Arqueiro e a Feiticeira é o primeiro volume da tetralogia da jornalista Helena Gomes A Caverna de Cristais, lançado pela Devir em 2003.
A história é centrada no arqueiro Thomas, um rapaz criado por uma trupe maltrapilha de artistas. Em um mundo no qual os nobres mantém o povo na ignorância, Thomas é considerado alguém estranho e até repudiado por ter poderes diferentes, como é o caso por exemplo do dom da premonição.
Na verdade, ele é o Herdeiro de uma temida profecia que envolve outros mundos além de Britanya e inimigos terríveis, os nergals. Seu antagonista é o arcebispo Hugues De Angelis, um homem cruel, capaz de tudo para defender os interesses dos nergals na Britanya.
Existem, também, outros personagens, como a nobre Erin De Durham (uma jovem que não se conforma com o papel secundário da mulher na patriarcal sociedade britã), seu pai Mark De Durham (um cavaleiro corajoso e brincalhão, que segue apenas sua própria consciência), Vince De Angelis (o melhor dos cavaleiros de Britanya e grande rival de Thomas) e o misterioso Mestre Dines (um monge que guarda intrigantes segredos).
A história de O Arqueiro e a Feiticeira é muito bem estruturada. Sua trama é consistente e sua efabulação é bem desenvolvida, pois consegue relacionar personagens e ações levando em consideração circunstâncias espaço-temporais. A autora caracteriza os personagens de forma clara: tais personagens estão muito próximos de pessoas que todos conhecemos, facilitando desta forma a identificação. A narrativa é poderosa e o encadeamento dos fatos é bem arquitetado. Além disso, a ação é rica em ritmo e dinamismo e os desdobramentos ao longo da trama nos permitem acompanhar as transformações vivenciadas pelos personagens.
Lamento o fato de não terem sido lançados os outros volumes dessa empolgante e recomendável obra de Fantasia.
Penso que está mais do que na hora de nós leitores e leitoras contribuirmos com a difusão deste gênero literário, recomendando-o, presenteando... Quem sabe, assim, as nossas editoras abram mais espaço para autores e autoras, como Helena Gomes, para produzirem e publicarem os seus trabalhos.
Dado que, são poucos os autores, no Brasil, que escrevem no gênero da fantasia, menor ainda é o número de escritores que produzem obras de qualidade como O Arqueiro e a Feiticeira, portanto, devemos prestigiar e respeitar estas obras, não apenas por serem nacionais, mas, antes, por serem obras de imensa qualidade literária.

Nota 10

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O texto acima foi publicado originalmente, em março de 2005, na primeira edição do fanzine Pergaminho. O zine teve neste nº uma tiragem de 100 exemplares distribuídos gratuitamente nas cidades de São Leopoldo e Porto Alegre – RS. Na ocasião não tinha nem idéia de quando sairia os outros livros da saga. Neste ano de 2007 resolvi dar mais visibilidade ao meu pequeno fanzine e criei o blog Pergaminho digital zine na esperança de alcançar um número maior de leitores. E para minha própria surpresa a autora encontrou a resenha do seu livro no blog e deixou um comentário informando que o 2º livro da saga, Aliança dos Povos, fora publicado pela Idea Editora. Gostaria de agradecer a escritora e jornalista Helena Gomes pelo excelente trabalho realizado e pala atenção que demonstrou ter com seus leitores. Assim que tiver lido o 2º volume da saga A Caverna de Cristais estarei publicando um comentário, como é de praxe, aqui no blog e na versão impressa de Pergaminho que continua em circulação. E como ninguém é de ferro vou deixar aqui alguns links relacionados à obra de Helena Gomes:

A Caverna de Cristais – Sitio oficial da saga.

No orkut:
A Caverna de Cristais – Comunidade criada por Marcelo Andrade;
O Arqueiro e a Feiticeira – Comunidade criada por Ana Claudia;
Os Nergals – É isso mesmo, os nergals também tem sua própria comunidade;
Helena Gomes – O perfil da autora no orkut.

Mais uma vez um muito obrigado a Helena e boa leitura a todos.







Capa do fanzine Pergaminho nº 1 (março de 2005).

O Outro Lado do Tempo




Em 1988 foi anunciado o falecimento de Clifford D. Simak. Esse escritor (recebedor de vários prêmios) foi reconhecido por seus pares como um dos melhores escritores de Ficção Científica & Fantasia.
A maior parte da extensa e importante obra de Simak é dedicada a FC (Ficção Científica). Contudo, algumas perolas da literatura fantástica foram deixadas para nós por esse ícone da FC.
Dentre elas, temos O Outro Lado do Tempo (Enchanted Pilgrimage, 1975), um trabalho de fantasia com elementos de FC. Sua trama se desenrola numa Terra paralela — na qual duendes, demônios, feiticeiros e ogros têm existência real — e a humanidade é governada pela Igreja Cristã. Dentre os peregrinos mais notáveis se destacam: um estudioso monástico dotado de uma espada mágica (Lâmina Brilhante); uma jovem cujos pais vieram de uma terceira Terra, que abriga uma civilização não-tecnológica e humanista; um cientista do nosso próprio mundo; um gnomo artífice; um duende bastante ladino; um alienígena recém-nascido e um anão realmente minúsculo. A expedição é realizada no interior daquilo que os personagens denominam “Terras Perdidas” e, bastante anomalamente em se tratando de um trabalho de Simak, há quase que um objetivo para cada peregrino: a jovem quer reencontrar seus pais; o gnomo deseja ofertar um machado ancestral aos “Antigos”; o cientista quer explicar a multiplicidade das Terras; ao passo que o duende e o alienígena parecem ser os únicos a ingressar na expedição por mero espírito de aventura.
Os obstáculos são numerosos e muito mais típicos dos textos de fantasia de estirpe tolkieniana do que de trabalhos de FC ortodoxos. Contudo, o final é tipicamente simakiano: todos os peregrinos reunidos em torno de uma mesa, ouvindo as explicações de um filósofo, representante de uma sábia e veneranda civilização alienígena que pretende fundir as culturas das três Terras para criar uma civilização humana adulta. Como também é de praxe, simakianamente falando, pinta um clima romântico entre o estudioso da Terra da Magia e a jovem da Terra Humanística.
Apesar desta obra conter elementos de FC ao contrário de A Irmandade do Talismã (The Fellowship of Talisman, 1978) que é fantasia em estado puro, ela não perde em nada para outras obras do gênero. Simak realmente foi e é um mago do nosso tempo, o que faz da sua assinatura uma garantia de uma boa e empolgante leitura para todos os amantes de Ficção Fantástica.




Nota 08
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Referência das imagens:
1- Capa de uma edição americana de "O outro Lado do Tempo".
2- Capa da edição em língua portuguesa (que pode ser encontrado em qualquer boa livraria de sebo).

Beowulf

Beowulf
Em um pequeno passeio pelas inúmeras livrarias de Montevideu no ano de 2003 me deparo com um pequeno livro chamado Beowulf. Eu que, desde minha adolescência, era um amante da literatura de Tolkien até então não tinha tido a oportunidade de ler o clássico poema épico que o havia inspirado para sua maior obra O Senhor dos Anéis. E, sem pensar muito, comprei-o, entre tantos outros livros este foi o único que não esperei o meu retorno para o Brasil para começar a lê-lo. Aquele pequeno clássico de bolso acabou me custando algumas boas palestras que perdi na Universidade Federal de Montevideu por estar completamente absorvido pela literatura em questão. Enfim, estou postando esse artigo para o meu amigo Angelo Martinicorena, que é um fã de Mitologia Nórdica, com a intenção de começar uma série de artigos dedicados a este tema.
O Poema
Beowulf (c. entre 700 - 750 d.C.)[1] é um poema épico tradicional, escrito em inglês antigo[2] com o emprego de aliteração. Com 3.180 versos – é mais longo do que qualquer outro poema em inglês antigo –, representando aproximadamente 10% do conjunto da literatura anglo-saxã[3] que sobreviveu até hoje. O poema não contém um título no manuscrito, mas é conhecido como Beowulf desde o começo do século XIX. É o mais antigo poema escrito em língua moderna e é um dos mais célebres poemas épicos, um marco na literatura medieval.
Se você não leu Beowulf, eis um pouco de informação adicional, começando por um fato curioso. Este poema, tão importante na literatura inglesa, passa-se inteiramente fora da Inglaterra. Toda a ação transcorre na Escandinávia porque o poema se baseia em lendas levadas à Inglaterra junto com a nova língua.
Ambientado em uma era de guerras entre os dinamarqueses, os suecos e uma tribo chamada geats (vinda do que é hoje a Suécia meridional), o poema é, em grande parte, dedicado a lutas entre o guerreiro geat –Beowulf– e três criaturas. Os eventos principais transcorrem como segue:
Podemos dividi-lo em três partes. A primeira parte narra as aventuras do herói homônimo, que viaja a corte do rei Hrothgar para o livrar da terrível predação do demônio Grendel, um grande ogro[4] que busca vingança pela morte de seu pai. Beowulf vence e fere mortalmente Grendel em duelo antes que ele fuja, utilizando por arma apenas as suas mãos nuas. Num segundo momento, a mãe de Grendel vem vingar a morte do filho com novas carnificinas. Beowulf segue o seu rasto até uma caverna submarina onde a combate e vence. O relato então é cortado por um longo hiato temporal e no terceiro e último momento do poema encontramos o mesmo Beowulf, já idoso e rei entronado do seu país, que volta a ação e intenta a façanha de livrar o seu reino de um dragão, que fora acordado por um servo que roubara uma taça do seu tesouro. Beowulf ataca o dragão na sua própria caverna, mas apenas consegue matá-lo a custo da sua própria vida. O poema termina com o funeral do rei e herói.
O poema, naturalmente, é muito mais do que uma simples sucessão de cenas de luta. Permanece como a mais famosa obra de seu tempo por causa de seu estilo, seus detalhes reveladores e seus temas grandiosos. Este épico poema, como já fora dito anteriormente, serviu como uma das fontes de inspiração para a obra de Tolkien, O Senhor dos Anéis, que pegou emprestado um pouco de cada um desses ingredientes.
Tradução
Em português há uma tradução (a primeira) tendo como base o texto original em inglês arcaico e textos de duas edições em inglês moderno, feita por Ary Gonzales Galvão, com introdução e notas do tradutor.
GALVÃO, Ary Gonzales (trad.). Beowulf. São Paulo: Hucitec, 1992.
A edição que tenho é uma tradução para o espanhol feita por Roberto Rosaspini Reynolds.
REYNOLDS, Roberto Rosaspini (adap.). Beowulf. 1ª ed. Buenos Aires: Longseller, 2003, 256 pág.

Nota 10
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[1] Considerada a mais antiga obra literária em inglês, Beowulf provavelmente foi composta no século VIII. Apenas um exemplar do texto em antigo inglês, redigido cerca de duzentos anos mais tarde, sobrevive até hoje. Está no Museu Britânico.
[2] Antes que o antigo inglês chegasse com os anglo-saxões em meados do século V d. C., a maioria dos britânicos falavam formas de céltico. O antigo inglês transformou-se no médio inglês à medida que novas palavras chegaram com a Conquista Normanda (Francesa) de 1066. O inglês moderno começou a surgir por volta de meados do século XV.
[3] O antigo inglês, também chamado de anglo-saxão, uma língua levada à Grã-Bretanha por volta de 449 d.C. por tribos invasoras da Europa (“anglo-saxão” vem dos nomes das tribos: anglos, saxões e jutos).
[4] Os ogros que são um tipo de variação dos trolls, que por sua vez são, na mitologia nórdica, os gênios do mal, que estão em contínuo enfrentamento com os deuses. Uma das lendas mais conhecidas que os envolvem é aquela que conta como Trym, rei dos trolls, roubou o martelo de Thor (que lhe dava toda a sua força), quando este dormia, e o enterrou a 5 km no fundo da terra. Exigiu, então, como preço do resgate, que lhe fosse dada Freyja (deusa da fertilidade) como esposa. Thor se disfarça de mulher e se apresenta como noiva. Quando é trazido o martelo para as núpcias, Thor o recupera e mata os trolls. Essa era a explicação mitológica nórdica para a alternância das estações. Aquelas em que havia ausência de chuvas e seca nas terras seriam aquelas em que os trolls haviam roubado o martelo de Thor e em que a deusa da fertilidade estava correndo risco de se tornar esposa do rei dos trolls, cujo intuito era justamente destruir Midgard (Reino do Meio).

Editorial




Ficção Científica e Fantasia épica receberam por muito tempo atenção amadora do meio editorial brasileiro. Coleções mal-planejadas, traduzidas e distribuídas contribuíram para que a imagem do gênero, entre os leitores de literatura em geral, não fosse das melhores. Muitos e importantes autores foram vítimas da falta de seriedade de editores brasileiros para com o gênero. Assim sendo, conseguir encontrar as poucas edições existentes de seus livros é tarefa que, por vezes, lembra as longas e aventurosas sagas narradas nos próprios. Para encontrá-los é preciso visitar exaustivamente bancas, sebos e bibliotecas.
A Colecção Argonauta, de Portugal é a mais antiga série em língua portuguesa de ficção científica e fantasia. É preciso paciência e disposição ao procurar esses livrinhos (a Argonauta é editada em formato de bolso) imprevisíveis. Pode-se perder meses em busca de um único exemplar ou encontrar dezenas deles em um único sebo. Entretanto, com o sucesso dos últimos anos do Senhor dos Anéis e Harry Potter surgiram dezenas de histórias semelhantes, o que podemos chamar de o “ataque dos clones”. Tal proliferação possibilitou, também, a tradução e o lançamento de obras antigas, que são verdadeiras perolas da fantasia, como é o caso por exemplo de As Aventuras de Prydain [cinco volumes] de Lloyd Alexander escritas em 1969. É importante ressaltar que antes só tínhamos as publicações da coleção Ficção Científica da Europa-América de Portugal (livros com formato de bolso).
Sendo assim, este Digital Zine tem a proposta de trazer alguns informes para novos e velhos leitores desse gênero literário tão querido por uns e odiado por outros. Aqui o leitor encontrará pequenas resenhas, dicas de livros e autores, publicações novas e antigas, bem como os melhores lugares da região para encontrar esse gênero literário.
Aproveite esta referência que esta em suas mãos pois encontrar um material desse é tão raro como o espetáculo de um dragão esvoaçando entre as estrelas.
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Referências das Imagens:
Obras de Larry MacDougall, na ordem: 1 Castle e 2 Troll Path.
http://www.fantasygallery.net/macdougall/> em 09 de maio de 2007 às 15h e 30min.